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  • BrunnaBrasil

Um Cadáver Para Sobreviver - Impressões sobre o Filme


Você alguma vez já se imaginou usando um cadáver como jet ski?


Título Original:

Swiss Army Man.


Duração:

123 minutos.


Elenco: Daniel Radcliffe, Paul Dano, Mary Elisabeth Winstead.


Direção:

Daniel Kwan e Daniel Scheinert.


⭐ ⭐ ⭐ ⭐ ⭐



Tocante e bizarro!


Talvez estas palavras pareçam incompatíveis. Mas não neste caso. Aliás, o estranhamento é a base dessa cativante história. E é através dele que se promovem indagações sobre a vida e a morte.


Neste longa-metragem de 2016, Hank (Paul Dano) está perdido e sozinho numa ilha deserta, prestes a cometer suicídio, quando encontra o corpo morto de Manny (Daniel Radcliffe). Hank leva o flatulento corpo consigo para logo em seguida usá-lo como jet ski e chegar ao continente e a partir disso as coisas mais estranhas e comoventes ocorrem.


O cadáver passa a reagir e falar, e é aí que passamos a nos perguntar o quanto é real e o quanto é a mente desesperada de Hank inventando uma companhia. Independente disso, a amizade que se cria entre os dois é algo fascinante.


Os primeiros minutos já conseguem nos passar com clareza o tom do filme, algo entre inocência e surrealismo. Eu, particularmente, considero esta uma boa receita para falar do assunto tabu que é a morte, misturando-o a peidos e ereções usadas como bússola, entre outras bizarrices.


Há uma dualidade muito diferente aqui: ao mesmo tempo que este é provavelmente o filme com mais flatulências e outras coisas igualmente "desconfortáveis" do mundo, também nos traz uma bela reflexão sobre o valor da vida. Ironicamente através de um morto.


Os atributos fisiológicos citados acima são tratados com humor pelo filme, ao mesmo tempo em que nos trazem certas indagações a respeito do socialmente aceitável. Por meio disso, Manny acaba se torrnando uma espécie de versão livre de Hank. Essa impressão se intensifica quando Manny se apaixona pela mesma garota que Hank stalkeava.


Um tema constante nas conversas de Hank e Manny é a prerrogativa da vida, e que cenário poderia ser mais estranho para esse debate? Afinal, Hank é um vivo que estava disposto a dar um fim na própria vida, e é ele quem tenta convencer um morto - um morto! - de que a vida vale a pena.


Apesar das cenas engraçadas e das infindáveis flatulências, é inegável a sensibilidade da direção neste longa, que me deixou com uma sensação meio ilegível sobre o que me causou. Mas posso dizer que o final cumpre bem seu papel em nos fazer refletir em que devemos viver, amar, rir e agir no hoje. Amanhã pode ser tarde demais.


Simplesmente inspirador!

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